Boechat

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Postado dia 11 de fevereiro de 2019 por


Cheguei na padaria, pedi um copo de leite gelado e uma rosca amanteigada. Antes mesmo do atendente me servir, olhei para a tv e me deparei com a tragédia, Boechat havia morrido.

Comi a rosca e bebi o leite, cumprimentei um velho amigo e, ao chegar no caixa para pagar, olhei no espelho, minha boca, estava completamente lambuzada de farinha, não sei como, mas tinha o pó branco até na minha testa.

Me limpei, paguei e liguei. Liguei para meu pai e perguntei se sabia quem havia ido.

Sabe o que ele respondeu?

Todo mundo morre.

Será porque precisei usar a palavra tragédia no inicio do texto? Morte é morte. Não interessa se é dormindo, caindo ou sorrindo, ela chega e leva, ela que manda.

Temos a inocente ilusão de que somos “o capitão” – de que a jornada, por nós é controlada.

Nos preparamos para o vestibular, para casar e até mesmo para nos separar – não sei por quê, dela, ninguém quer saber ­– a morte parece uma inimiga que não querem comentar, mas todos sabem que ela está por aí, um dia, será no nosso lar.




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